Contratadas por partido político, onze pessoas foram atuadas por exercício ilegal de profissão
Onze pessoas foram pegas atuando ilegalmente em serviços de segurança em Serafina Corrêa, na Serra Gaúcha, durante uma abordagem na noite de quinta-feira. Facas, porretes e barras de ferro foram apreendidos. Segundo a Brigada Militar, os suspeitos trabalhavam sob ordens de um partido político.
A operação começou por volta das 19h após denúncias anônimas sobre homens uniformizados circulando pelas ruas como se fossem policiais. Os trajes traziam inscrições de “escolta armada”. Os indivíduos estavam em três veículos — um Chevrolet Onix branco, um Fiat Uno vermelho e um Fiat Idea azul — localizados no bairro Verdes Vales. Foram recolhidos sete bastões, três sprays de pimenta, quatro facas, uma barra de ferro, três lanternas, quatro rádios comunicadores, duas capas de coletes balísticos e nove celulares.
Oito dos suspeitos eram de Parobé, no Vale do Paranhana, enquanto os demais residiam em Serafina Corrêa. Todos admitiram ter sido contratados por um partido para proteger candidatos ameaçados por rivais. Nenhum dos detidos possuía registro no Grupamento de Supervisão Vigilância e Guardas da BM, que licencia empresas de segurança privada. Eles foram acusados de exercício ilegal da profissão e liberados posteriormente.
De acordo com o capitão Rudimar Aires, comandante do 3° Esquadrão do 3° RPMon, a região tem registrado vários incidentes de natureza política desde o início da campanha eleitoral.
Opinião SSP:
Este episódio ocorrido em Serafina Corrêa viola diretamente as normas previstas no novo Estatuto. Uma de suas funções centrais é impedir a atuação de grupos clandestinos como este, que ameaçam a segurança privada ao operar fora da lei, gerando riscos tanto para os contratantes quanto para a sociedade. Nesse contexto, tanto os contratantes quanto os indivíduos envolvidos na segurança ilegal poderiam enfrentar penalidades significativas.
Os contratantes, no caso o partido político que solicitou os serviços de segurança clandestina, poderiam ser multados por contratar serviços de segurança não licenciados. O Estatuto da Segurança Privada prevê multas pesadas para aqueles que recorrem a serviços irregulares, como forma de desestimular práticas ilegais e proteger o mercado de segurança formal.
Além disso, a posse de armas e equipamentos de segurança, como facas, bastões e sprays de pimenta, sem autorização, poderia resultar em multas adicionais, além de outras consequências legais, como possíveis acusações criminais.
Essas penalidades não apenas têm o objetivo de punir os infratores, mas também de desencorajar a formação e operação de grupos clandestinos, promovendo um ambiente de segurança mais regulado e seguro.
A aplicação rigorosa de multas reforça o papel regulador do Estado, garantindo que apenas entidades e profissionais devidamente qualificados possam operar no setor de segurança privada, assegurando uma segurança mais eficiente e confiável para todos.
Fonte: Correio do Povo | Reprodução
https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/pol%C3%ADcia/bm-apreende-porretes-bast%C3%B5es-e-facas-com-grupo-irregular-de-seguran%C3%A7a-privada-em-serafina-corr%C3%AAa-1.1539485