O Brasil projeta um crescimento significativo no mercado de automação residencial, impulsionado por tecnologias como 5G e IoT
Por Marcel Serafim, diretor-executivo de Bens de Consumo da Elgin
A automação residencial deixou de ser um conceito futurista e já é parte do cotidiano dos brasileiros. Ela é uma grande oportunidade de negócio para todo o ecossistema: para as empresas que desenvolvem as inovações e também os instaladores.
Uma pesquisa da MarketsandMarkets mostrou que o mercado nacional projeta um crescimento anual de 9% a 11% nos próximos cinco anos, alinhando-se às tendências globais que apontam para um CAGR (Taxa Composta de Crescimento Anual) de 12,3% até 2030.
Fatores aceleradores da automação residencial
Nesse contexto, três fatores explicam esse movimento acelerado: a expansão do 5G, que reduz a latência e melhora a comunicação entre dispositivos; a queda no custo de equipamentos inteligentes, como fechaduras digitais e assistentes de voz; o aumento na busca por soluções de eficiência energética, como os sistemas fotovoltaicos que reduzem a conta de luz e geram economia; e, especialmente em grandes centros, o crescimento por equipamentos de vigilância e segurança.Se antes a automação era restrita a nichos específicos, hoje há uma clara disposição a experimentar a conveniência e a tranquilidade que ela proporciona.
Estudo da Confederação Nacional das Indústrias pontou que 48% dos brasileiros consideram os sistemas de monitoramento e fechaduras inteligentes prioridade e estão dispostos a investir nestes equipamentos. Além disso, com a alta na conta de energia, sensores de presença, termostatos programáveis e integração com energia solar são cada vez mais valorizados. A preocupação com privacidade e proteção de dados também cresce — forçando fabricantes a investir em criptografia e transparência, sobretudo nas câmeras internas.
Tendências para os próximos anos
Diante desse cenário, quando olhamos para os próximos cinco anos, conseguimos identificar algumas tendências:
1. Inteligência Artificial (IA) e automação preditiva – sistemas que aprendem com os hábitos dos moradores, ajustando automaticamente iluminação, temperatura e até consumo de energia.
2. 5G e IoT: a casa totalmente conectada – A baixa latência e alta velocidade do 5G permitirá que dispositivos se comuniquem em tempo real, eliminando falhas em sistemas de segurança e automação. A Internet das Coisas (IoT) se tornará mais acessível, com sensores de baixo custo monitorando desde vazamentos de água, qualidade do ar e eletrodomésticos.
3. ESG em alta – soluções que gerenciam consumo e priorizam fontes renováveis tornam-se cada vez mais valorizadas.
A questão central é quem conseguirá transformar inovação em valor acessível para o consumidor. A casa inteligente representa mais do que conveniência: é uma oportunidade de repensar sustentabilidade, segurança e qualidade de vida no Brasil.
Fonte: Exame | Reprodução
https://exame.com/bussola/o-que-esperar-do-futuro-das-casas-inteligentes-no-brasil