Na manhã desta segunda-feira (14), uma tragédia ocorreu na Unidade Mista do bairro Coroadinho, em São Luís. Um vigilante tirou a vida de uma técnica de enfermagem no interior do estabelecimento de saúde, levando à suspensão temporária dos atendimentos no local.
O crime foi registrado por volta das 6h40. De acordo com testemunhas, o autor do disparo foi Hilton Abreu, que atuava como vigilante no local e, segundo colegas de trabalho, apresentava sinais de distúrbios mentais.
Relatos indicam que Hilton entrou na área de descanso dos profissionais de enfermagem e, ao ser questionado sobre sua presença ali, disparou contra Geane Farias Fonseca, que morreu no local. Em seguida, ele tirou a própria vida com a mesma arma.
Geane Farias, de 44 anos, residia no bairro Vila Embratel.
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus), em nota ao g1, confirmou que o autor dos disparos era funcionário de uma empresa terceirizada de segurança. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que busca esclarecer todos os detalhes e motivações do ocorrido.
A Semus lamentou profundamente o episódio e afirmou estar colaborando com as investigações. O atendimento na unidade foi temporariamente suspenso para a realização da perícia.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) informou que todos os órgãos competentes foram acionados. Equipes da Polícia Civil estiveram no local para coletar informações e dar início aos procedimentos legais. O Instituto de Criminalística (ICrim) e o Instituto Médico Legal (IML) também participaram da operação, conduzindo a perícia e o recolhimento dos corpos para exame.
Análise SSP
O caso ocorrido na Unidade Mista do Coroadinho, em São Luís, choca e entristece não apenas os profissionais da saúde e da segurança, mas toda a sociedade. Uma tragédia que poderia ter sido evitada, se houvesse um olhar mais atento sobre as condições emocionais e psicológicas dos profissionais que atuam na linha de frente da proteção patrimonial e da vida.
É inaceitável que, ainda hoje, muitos vigilantes sejam expostos a longas jornadas, baixa remuneração e total ausência de apoio psicológico — mesmo exercendo uma função de alto risco e responsabilidade. A segurança privada precisa urgentemente ser tratada com mais seriedade: com formação continuada, avaliação periódica, acompanhamento psicológico e melhores condições de trabalho.
Por outro lado, o episódio não representa o perfil da maioria dos vigilantes. A imensa maioria é composta por profissionais sérios, comprometidos, que arriscam suas vidas diariamente para garantir a segurança de outros. O erro de um não pode apagar a missão dos muitos que atuam com ética e coragem.
Nos solidarizamos com os familiares da técnica de enfermagem Geane Farias Fonseca e também com os trabalhadores da segurança privada que se sentiram abalados por este acontecimento. Que esse triste episódio seja um alerta: cuidar de quem cuida também é uma forma de proteger a sociedade.
Fonte: G1 | Reprodução
https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2025/04/14/vigilante-mata-tecnica-de-enfermagem-dentro-da-unidade-mista-do-bairro-do-coroadinho-em-sao-luis.ghtml