Segurança que matou adolescente em festa estava com curso vencido e não possuía porte de arma, afirma Polícia

O vigilante Márcio Renê dos Santos da Silva, investigado pela morte do adolescente João Vitor de Jesus Soares, de 15 anos, em Ouro Preto do Oeste (RO), não tinha autorização para portar arma de fogo e seu curso de formação estava vencido, conforme informou a Polícia Civil de Rondônia neste domingo (11).

De acordo com os investigadores, João Vitor foi atingido durante um tumulto generalizado em uma festa agropecuária na cidade. Testemunhas relataram que o jovem não estava envolvido na briga e se encontrava afastado da confusão.

O delegado responsável pelo caso, Nikki Locatteli, esclareceu que, embora o suspeito tivesse registro da arma, ele não estava autorizado a portá-la em ambiente público. Portanto, o uso do armamento naquele contexto era ilegal.

Márcio Renê se apresentou à delegacia no mesmo dia do crime, acompanhado de seus advogados, e foi ouvido pela polícia. No entanto, a Justiça de Rondônia decretou sua prisão ainda no mesmo dia, sob o argumento de que sua liberdade representa risco à ordem pública e poderia intimidar testemunhas que ainda serão ouvidas.

Na ocasião, o segurança entregou uma pistola calibre 38, usada no disparo, além do carregador e munições, que foram apreendidos pela polícia.

A Polícia Civil segue apurando os detalhes do caso e, após concluir a investigação, encaminhará o inquérito ao Ministério Público de Rondônia. Quatro pessoas já prestaram depoimento, e outras serão ouvidas nos próximos dias.

O que aconteceu

João Vitor foi baleado na madrugada de sábado (10), após um dos seguranças envolvidos na confusão realizar vários disparos na saída do evento agropecuário, dentro do parque de exposições.

Um dos tiros atingiu o adolescente, que estava do outro lado da rua, apenas observando a situação. Ele foi levado ao hospital por pessoas que estavam no local, mas não resistiu aos ferimentos. O laudo médico indicou que o tiro atingiu a região do tórax, causando sua morte.

Análise SSP

O assassinato do jovem João Vitor de Jesus Soares, de apenas 15 anos, em Ouro Preto do Oeste (RO), é mais do que um caso isolado de violência: é o retrato trágico da negligência no controle da segurança privada no Brasil.

O autor do disparo fatal, Márcio Renê dos Santos da Silva, não tinha porte de arma e estava com o curso de vigilante vencido. Mesmo assim, atuava como segurança em um evento de grande porte, portando uma pistola em meio à multidão. O resultado dessa combinação perigosa foi a morte de um adolescente que sequer participava da confusão.

Quantas vidas ainda serão perdidas até que se entenda que segurança é coisa séria?

O novo Estatuto da Segurança Privada, sancionado recentemente, avança ao reforçar o papel da Polícia Federal na fiscalização e ao exigir mais preparo dos profissionais. No entanto, sem fiscalização constante e punições exemplares, a lei vira letra morta. É preciso combater o uso de seguranças irregulares, prática comum em eventos por todo o país. Empresários que contratam mão de obra despreparada para “reduzir custos” colocam vidas em risco — e devem ser responsabilizados por isso.

A atuação de um vigilante exige equilíbrio, preparo técnico, psicológico e legal. A ausência de qualquer um desses pilares transforma o profissional em uma ameaça — e não em proteção.

João Vitor não foi vítima de uma bala perdida. Foi vítima do descaso, da informalidade e da omissão. É hora de fazer valer a lei. Pela memória de João. Pela segurança de todos.

Fonte: G1 | Reprodução
https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2025/05/12/seguranca-que-matou-adolescente-nao-tinha-porte-de-arma-e-estava-com-curso-de-vigilante-vencido-diz-policia.ghtml

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