A necessidade de protocolos mais rigorosos e gestão eficiente em agências bancárias

Nos últimos meses, dois incidentes em agências bancárias chamaram a atenção para a importância de protocolos de segurança bem definidos e a gestão eficaz da segurança privada. Ambos os casos destacam os desafios enfrentados por instituições financeiras em relação à entrada de policiais armados e a identificação destes antes de adentrar na agência bancária.

Contexto das ocorrências

No primeiro incidente, ocorrido em Teresina, Piauí, um policial militar do Maranhão, fardado e em serviço, tentou entrar armado em uma agência do Banco Bradesco para resolver assuntos pessoais. O vigilante da agência, agindo conforme os protocolos de segurança, solicitou a identificação do policial. Em resposta, o policial reagiu de forma agressiva, ameaçando prender tanto o segurança quanto o gerente do banco. 

A situação escalou quando o policial acionou reforços, mas, felizmente, não resultou em detenções ou registros formais. A Polícia Militar do Maranhão anunciou que investigaria a conduta dos policiais envolvidos.

O segundo incidente, em Pinheiro, Maranhão, envolveu um homem que, disfarçado de policial militar, conseguiu entrar em uma agência financeira e realizar um roubo. Usando uma farda policial, o criminoso passou pela porta com detector de metais, rendeu o segurança e roubou pertences de clientes e funcionários, além do dinheiro da agência. A ação foi rápida, durando pouco mais de dois minutos, e o suspeito fugiu com a ajuda de um cúmplice.

Análise

Os casos destacam diferentes aspectos da segurança em agências bancárias. No primeiro, não houve falha nos procedimentos de segurança, mas sim um abuso de autoridade por parte do policial, que tentou usar sua posição para intimidar o vigilante e os funcionários. No segundo caso, a falha reside no procedimento identificar um impostor, destacando a necessidade de melhorias nos protocolos de verificação de identidade, como:

  • Desmistificando a autoridade policial: É crucial que a população e os vigilantes tratem os policiais com respeito, mas sem a percepção de que estão acima de qualquer questionamento ou lei. O vigilante, ao solicitar a identificação, agiu corretamente e demonstrou a importância de seguir os procedimentos de segurança. Pois, para adentrar na agência, a mente criminosa pode entabular de fazer-se passar por policial, sabendo que o vigilante vai liberar a sua entrada. 
  • Desenvolvimento de protocolos claros: Para evitar incidentes é essencial que as agências bancárias tenham protocolos com procedimentos definidos para gestão de situações que por certo vão acontecer: policial em serviço ou de folga, querendo adentrar na agência portando arma de fogo. Estes protocolos definidos, devem ser levados ao conhecimento dos comandantes e autoridades de segurança pública para ciência dos policiais.
  • Treinamento constante: Os funcionários devem receber treinamento regular sobre como lidar com situações de ameaça e identificar possíveis impostores. Isso inclui a capacidade de verificar a autenticidade de uniformes e documentos de identificação das autoridades policiais, pois a mente criminosa pode também falsificar documentos.
  • Gestão de segurança privada: A Lei 14.967/24 instituiu a segurança das instituições financeiras, que só podem funcionar mediante aprovação de um plano de segurança aprovado pela polícia federal. Este plano é baseado em análise de risco, que deve ser feito pelo profissional denominado de gestor de segurança privada, que com certeza vai elevar o nível técnico dos protocolos de segurança nas agências bancárias. Este profissional deve garantir que todos os funcionários estejam cientes dos procedimentos e saibam como agir em situações de risco.

Os incidentes recentes em agências bancárias servem como um alerta para a importância de protocolos de segurança e que estes sejam padrões em todas as instituições financeiras. Com a inclusão do gestor de segurança privada no novo Estatuto da Segurança Privada, espera-se que a implementação desses protocolos e procedimentos seja realizada com mais qualidade e certeza.

Esse avanço legislativo reforça a necessidade de um treinamento adequado, uso de tecnologia de ponta e comunicação eficiente, garantindo que as instituições financeiras possam proteger melhor seus funcionários e clientes, oferecendo um ambiente seguro e protegido contra abusos de autoridade e ações criminosas.

Por Pedrosa Mentoria

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