Uma das empresas paraibanas que mais firmou contratos de alto valor com o setor público nos últimos anos está agora envolvida em diversas denúncias de irregularidades. O Grupo NSF, responsável pelas empresas Ágape Serviços e Kairós Segurança, é investigado por possíveis falhas na gestão contratual, violações de direitos trabalhistas e uso indevido de recursos públicos.
As denúncias incluem desde atrasos recorrentes no pagamento de salários e benefícios a trabalhadores terceirizados até indícios de fraude na documentação apresentada e recebimento de grandes quantias mesmo sem contratos em vigor. A empresa Ágape, por exemplo, teria recebido mais de R$ 430 milhões dos cofres públicos após a rescisão de contratos. Já a Kairós aparece como beneficiária de mais de R$ 500 mil, mesmo sem vínculo contratual ativo.
Trabalhadores terceirizados que atuam em diversos órgãos relatam atrasos de até 15 dias no pagamento de salários e até 30 dias no crédito do vale-alimentação. Também há queixas de que os depósitos do FGTS não são feitos desde 2021, apesar de os repasses por parte do governo estarem sendo realizados regularmente.
O caso já está sendo acompanhado pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), que levanta a hipótese de retenção indevida de valores públicos que deveriam ser repassados aos empregados. Em uma das fiscalizações, a Kairós apresentou documentos de recolhimento de FGTS para apenas 72 funcionários, enquanto o contrato previa cerca de 400 colaboradores. A apresentação de documentos que não refletem a realidade da folha de pagamento é considerada grave e pode indicar tentativa de fraude, segundo as apurações em curso.
Encerramento de contrato e falta de pagamento das verbas rescisórias
A Ágape, que prestava serviços para diversos órgãos estaduais, perdeu recentemente um dos seus principais contratos com o Governo da Paraíba. No entanto, os trabalhadores demitidos ainda não receberam os valores das rescisões, tampouco tiveram o FGTS regularizado. A situação se torna ainda mais preocupante diante do fato de que o Estado cumpriu com todos os pagamentos até o fim do contrato, o que evidencia a responsabilidade da empresa pelos débitos com os empregados.
Enquanto os funcionários sofrem com atrasos, insegurança alimentar e falta de direitos básicos garantidos por lei, o presidente do grupo mantém um estilo de vida de alto padrão. Segundo informações apuradas, ele teria comprado um veículo avaliado em R$ 1,8 milhão e adquirido uma mansão em Bananeiras, no Brejo paraibano. Além disso, estaria organizando um camarote privado no São João de 2025, avaliado em R$ 40 mil.
Fonte: Portal Da Capital | Reprodução
https://www.portaldacapital.com/2025/06/09/empresa-paraibana-que-recebeu-milhoes-em-contratos-e-alvo-de-denuncias-por-calote-em-funcionarios-e-suspeitas-de-fraude/