Reconhecimento facial: Desafios e riscos no setor da segurança privada com tecnologia IA

A segurança, assim como os demais setores do mercado, trabalha em busca de novas tecnologias. A inteligência artificial se tornou um aliado em diversas áreas da segurança, e tem sido inserido no dia a dia das empresas, por exemplo, no reconhecimento facial, na utilização de drones, de robôs, de câmeras inteligentes, no uso de ferramentas de análise de vídeo, entre outros. 

Representantes das secretarias de segurança pública da Bahia e de São Paulo afirmaram nesta quarta-feira (8), na Câmara dos Deputados, que os sistemas de reconhecimento facial utilizados por forças policiais nos dois estados para identificar criminosos não levam em conta características étnico-raciais, como a cor da pele.

Eles participaram de audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. O debate foi proposto pelo deputado Capitão Alden (PL-BA), que considera importante esclarecer questionamentos sobre o uso dessas tecnologias para facilitar prisões e, em paralelo, os riscos para a intimidade, a vida privada e a imagem das pessoas.

Alden destacou o exemplo da Bahia, onde câmeras de monitoramento ajudaram a localizar recentemente mais de 1.300 foragidos da Justiça, 80% deles ligados a crimes graves, como roubo, latrocínio, homicídio, tráfico de drogas e estupro.

O deputado, no entanto, questionou o superintendente de Gestão Tecnológica e Organizacional do governo baiano, Frederico Medeiros, sobre o risco de se prender inocentes por erro do sistema que compara a semelhança entre o rosto identificado nas ruas e imagens disponíveis nos bancos de dados.

Segundo Medeiros, os sistemas trabalham com dados matemáticos baseados em medidas de rosto e não em aspectos étnico-raciais. “As fotos, quando chegam ao nosso sistema, chegam como dados que não têm cores. O padrão de reconhecimento facial pega a distância, o formato de rosto, as dimensões do nariz, a distância do olho até a linha central do rosto”, expôs.

O Major da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Eduardo Gonçalves, que coordena o Grupo de Tecnologia da Informação da corporação, afirmou que, a distância e a qualidade das câmeras, além da luminosidade do local, são mais determinantes para um reconhecimento perfeito do que padrões étnicos e raciais que possam constar nos sistemas.

“Eu gostaria de separar o reconhecimento facial de hoje com o reconhecimento facial que nós tínhamos há 6 anos. Um exemplo técnico disso é que, do meu rosto, ele faz algumas medições de tamanho de nariz, boca, olhos e da distância entre eles e portanto acaba não importando aspectos como cor da pele e etnia nesses tipos de ferramentas”, comentou. 

Segundo Ana Paula Queiroga, Superintendente da Fenavist (Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores), em entrevista para a Revista SSP, afirma que a inteligência artificial permite a utilização de novas aplicações e sistemas que possibilitam a segurança privada se tornar ainda mais eficiente tanto para o profissional quanto para a população, “ela nos permite criar planos de segurança cada vez mais efetivos e tomar decisões mais rápidas, com a melhora na prevenção, redução de dependência humana e redução de risco e falhas”, destaca. 

É importante destacar, que a inteligência artificial, assim como outras tecnologias adotadas, não substitui o profissional, o ser humano. Ela é integrada às atividades já existentes. Mas existem desafios éticos, raciais e preocupações em relação ao uso da inteligência artificial, especialmente no que se refere ao reconhecimento facial. 

“A inteligência artificial por si só não faz nada, ela não pode prender ninguém, ela apenas auxilia o ser humano na tomada de decisão. O problema pode então advir da ação humana, a partir do sugerido pela inteligência artificial, que pode ser preconceituosa e tendenciosa, ferindo princípios éticos, independente da ação da IA”, explica Ana Paula. 

Fonte de informações da Agência Câmara de Notícias e Revista SSP.

Por Leandro Lucrécio – Jornalista. 

Contato | leandro@guiawebsolucoes.com.br

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