Carlos José de Figueiredo, vigilante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foi preso em Cuiabá (MT) na quinta-feira (13). Ele era procurado desde novembro de 2024, após ser condenado a 12 anos de prisão por estupro de vulnerável.
A Polícia Civil divulgou a prisão após uma reportagem do g1 revelar a existência de servidores públicos federais com mandados em aberto. Segundo a corporação, assim que tomou conhecimento do caso, a equipe da Gerência Estadual de Polinter e Capturas (Gepol) iniciou as buscas e cumpriu a ordem judicial.
Antes da prisão, Figueiredo seguia em liberdade e trabalhava normalmente. O g1 tentou contato com o vigilante e com a UFMT, que afirmou repudiar qualquer ato de violência, mas ressaltou que condutas fora do ambiente profissional não podem ser alvo de processos administrativos. O processo judicial está sob sigilo.
A investigação do g1 revelou que, além do vigilante da UFMT, outros sete servidores federais permaneciam foragidos, incluindo um agente ambiental, um assistente administrativo e um auxiliar operacional acusado de estupro de vulnerável. A demora na captura de procurados demonstra falhas na gestão pública e na integração de informações entre os órgãos responsáveis.
Especialistas criticam a falta de eficiência no cumprimento dos mandados. Para o professor Rafael Alcadipani, da FGV, o Brasil ainda enfrenta dificuldades na modernização da gestão de dados. Já Rodolfo Laterza, presidente da Adepol, destaca que é inaceitável que indivíduos com endereço fixo sigam trabalhando sem serem capturados. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afirmou que os tribunais são responsáveis por atualizar as ordens de prisão no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), enquanto o Ministério da Justiça apenas repassa as informações aos órgãos de segurança.
Fonte: G1 | Reprodução
https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2025/03/14/vigilante-da-ufmt-condenado-por-abuso-sexual-e-preso-apos-reportagem-revelar-que-seguia-trabalhando.ghtml