Brasileiros deportados dos Estados Unidos relatam agressões e condições desumanas durante o voo que os trouxe de volta ao Brasil. Entre os relatos mais impactantes está o do vigilante Jeferson Maia, que descreveu momentos de angústia.
“Fiquei 50 horas acorrentado nos braços, barriga e pés. Não podia nem ir ao banheiro. O calor era insuportável e, quando pedimos para sair, nos agrediram. Chegaram a me enforcar”, revelou Jeferson, ainda abalado, ao relembrar a experiência.
O voo, que trouxe 88 brasileiros, teve escalas no Panamá e em Manaus antes de chegar a Belo Horizonte. Segundo os deportados, as condições eram degradantes, com famílias inteiras, incluindo crianças, trancadas em uma aeronave superlotada e sem acesso adequado a água ou comida.
Luis Fernando Caetano Costa, outro deportado, afirmou ter presenciado cenas de violência extrema. “Jogaram um menino no chão e deram porrete até ele desmaiar”, disse. Muitos exibiam marcas das algemas e correntes ao desembarcar.
Após um problema técnico na aeronave norte-americana em Manaus, os deportados foram transferidos para um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para concluir a viagem. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ordenou que algemas e correntes fossem removidas.
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, recebeu os repatriados em Belo Horizonte e classificou as denúncias como graves. “As políticas imigratórias não podem violar os direitos humanos”, afirmou, destacando que o governo federal investigará os casos e buscará acolher as vítimas.
Fonte: Metrópoles | Reprodução
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