Gilberto Louzada da Silva, detido durante a Operação Sisamnes nesta quarta-feira (28), é acusado de participar de uma organização criminosa envolvida com espionagem e execuções, suspeita de ligação com o assassinato do advogado Roberto Zampieri. Ele é ex-sargento de Infantaria do Exército Brasileiro e possui ampla experiência com armamentos.
Além de Gilberto, também foram alvos de mandados de prisão preventiva: Aníbal Manoel Laurindo, Etevaldo Luiz Caçadini De Vargas, Antônio Gomes Da Silva e Hedilerson Fialho Martins.
Os demais envolvidos — Aníbal, Etevaldo, Antônio e Hedilerson — já se encontram presos por participação no homicídio de Zampieri.
De acordo com informações de seu perfil no LinkedIn, Gilberto atua como especialista em segurança privada, desenvolvendo projetos na área, além de atuar na seleção, capacitação e implantação de equipes de segurança. Ele também é instrutor de armamento e tiro, habilitado para treinar com armas curtas e longas, com certificação concedida pelo Exército.
O grupo do qual Gilberto é suspeito de fazer parte teria uma estrutura organizada, incluindo hackers, centro de inteligência para identificar alvos e equipes responsáveis pelo reconhecimento das operações.
Segundo as investigações, a quadrilha cobrava até R$250 mil por ações contra autoridades do Judiciário, como ministros. Para alvos civis, o valor era de aproximadamente R$50 mil. No caso de parlamentares, como deputados e senadores, o preço variava entre R$100 mil e R$150 mil.
Análise SSP
A prisão de um instrutor de tiro com atuação no setor de segurança privada, suspeito de integrar uma organização criminosa com envolvimento em espionagem e homicídios, acende um alerta importante para toda a categoria. O profissional, certificado pelo Exército e com histórico como sargento de Infantaria, também se apresentava como especialista em projetos e treinamentos na área de segurança privada — justamente um dos pilares mais sensíveis e estratégicos da proteção de vidas e patrimônios.
O caso é grave, não apenas pelo que representa em termos criminais, mas pelo impacto direto na credibilidade de uma atividade que exige rigor técnico, responsabilidade ética e controle institucional. A segurança privada, com mais de meio milhão de profissionais no Brasil, não pode carregar em silêncio o ônus das exceções criminosas.
Por isso, reforçamos a necessidade urgente de fortalecimento da fiscalização, da qualificação dos profissionais e da responsabilização severa daqueles que utilizam suas credenciais para fins ilícitos. A nova Lei da Segurança Privada deve ser o ponto de partida para uma cultura mais rígida de compliance, transparência e integridade no setor.
Não se trata apenas de proteger contratos ou reputações, mas de proteger a confiança da sociedade em um setor essencial à vida moderna. E confiança se constrói — e se destrói — com atitudes. Que este caso sirva de lição e ponto de virada.
Fonte: HNT | Reprodução
https://www.hnt.com.br/policia/preso-por-integrar-grupo-de-espionagem-e-instrutor-de-tiro-do-exercito/487249
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O mercado deve ficar muito atento aos ditos “Profissionais” que usam suas credenciais para praticarem crimes. A segurança privada não tolerá desvios e mal caráter no setor. O estatuto da segurança privada nós trouxe para uma nova era, a lei punirá com todo o seu rigor os que praticarem desvios de condutas .